quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O que é a dança contemporânea?

Na minha opinião, é um estilo de dança diferente, por isso quis começar por explicar o que é. Talvez porque a pratique ja a alguns anos, mas cada movimento é livre.

A dança contemporânea surgiu na década de 1960, como uma forma de protesto ou rompimento com a cultura clássica. Depois de um período de intensas inovações e experimentações, que muitas vezes beiravam a total desconstrução da arte, finalmente - na década de 1980 - a dança contemporânea começou a se definir, desenvolvendo uma linguagem própria, embora algumas vezes faça referência ao ballet clássico.

Mais que uma técnica específica, a dança contemporânea é uma coleção de sistemas e métodos desenvolvidos a partir da dança moderna e pós-moderna. O desenvolvimento da dança contemporânea foi paralelo, mas separado do desenvolvimento da New Dance na Inglaterra. Distinções podem ser feitas entre a dança contemporânea estadunidense, canadense e européia.
A dança contemporânea não se define em técnicas ou movimentos específicos, pois o intérprete/bailarino ganha autonomia para construir suas próprias
partituras coreográficas a partir de métodos e procedimentos de pesquisa como: improvisação, contato-improvisação, método Laban, técnica de release, Body Mind Centery (BMC), Alvin Nikolai. Esses métodos trazem instrumentos para que o intérprete crie suas composições a partir de temas relacionados a questões políticas, sociais, culturais, autobiográficas, comportamentais e cotidianas, como também a fisiologia e a anatomia do corpo. Aliado a isso, viu-se a necessidade da pesquisa teórica para complementação da prática.
O corpo na dança contemporânea é construído na maioria das vezes a partir de técnicas somáticas, que trazem o trabalho da conscientização do corpo e do movimento, como a
técnica Alexander, Feldenkrais, eutonia, Klauss Vianna (Brasil), dentre outras.

A dança contemporânea passou a trazer à discussão o papel de outras áreas artísticas na dança, como vídeo, música, fotografia, artes plásticas, performance, cultura digital e softwares específicos, que permitem alterações do que se entende como movimento, tornando movimentos reais em virtuais ou vice-versa. Surgindo, a partir de então, vertentes como a videodança, tornando mais híbridas as relações entre as diferentes áreas da dança.

A dança moderna modificou drasticamente as "posições-base" do balé clássico, além de tirar as sapatilhas das bailarinas e parar de controlar seu peso. Ela mantém, no entanto, a estrutura do balé, fazendo uso de diagonais e da dança conjunta. A dança contemporânea busca uma ruptura total com o balé, chegando às vezes até mesmo a deixar de lado a estética: o que importa é a transmissão de sentimentos, idéias, conceitos. Solos de improvisação são bastante freqüentes.
A composição de uma trilha para um espetáculo de dança contemporânea implica diversos outros fatores além da própria composição
musical.
A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, todos os tipos de pessoas podem praticá-la.
Esse tipo de dança modificou o espaço, usando não só o palco como local de referência. Sua técnica é tão abrangente que não delimita os utensílios usados. O corpo, pesquisando suas diagonais, não delimita estilos de roupas, músicas, espaço ou movimento.

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